Introdução
Ellen G. White, uma das principais líderes e cofundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), é considerada pela denominação como uma profetisa inspirada por Deus. No entanto, um exame minucioso de suas declarações revela um padrão preocupante de previsões específicas sobre certas pessoas que não se cumpriram. Este artigo explora dois casos notáveis em que as profecias de Ellen White sobre indivíduos provaram estar erradas, levantando sérias questões sobre suas alegações de inspiração divina e sua compreensão do caráter de Deus.
O Caso de Moses Hull
O pioneiro adventista Moses Hull estava em processo de perder sua fé no adventismo em 1862. Parece que James e Ellen White haviam desistido de argumentar com Hull, e a Sra. White recorreu a alertá-lo sobre as terríveis consequências do caminho que ele havia escolhido:
“Se você prosseguir no caminho que começou, miséria e aflição estão diante de você. A mão de Deus o deterá de uma maneira que não lhe agradará. Sua ira não dormirá.” [1]
Isso nunca aconteceu. Apesar dos avisos da Sra. White, Hull “prosseguiu no caminho que havia começado” e deixou a igreja Adventista. No entanto, de acordo com D.M. Canright, “o Sr. Hull viveu muitos e longos anos até uma idade avançada, e nada do tipo previsto aconteceu.” [2] Além de levantar questões sobre suas habilidades proféticas, este incidente levanta algumas questões importantes sobre sua compreensão de Deus. Que tipo de Deus Ellen White retrata? Será que Deus precisa assustar as pessoas com ira para mantê-las em Sua igreja? Será que Deus precisa recorrer a táticas de medo para forçar as pessoas a permanecerem em Sua igreja contra a própria vontade delas?
O Caso de Charles Lee
O ex-pastor adventista Charles Lee recorda uma experiência que teve com Ellen White. O editor da edição sueca do Advent Herald, C. Carlstedt, havia adoecido gravemente com febre tifoide. Charles Lee, James e Ellen White, Uriah Smith e outro homem foram visitar o Sr. Carlstedt:
“Todos nos ajoelhamos em oração pelo homem doente; e a Sra. White louvou ao Senhor porque ele estava ‘presente com seu poder restaurador, para levantar Carlstedt, cuja doença’, ela disse, ‘não era para a morte, mas para a glória do Filho de Deus’. Para mim era trevas e morte; e foi uma evidência para minha alma de que se ela estava certa diante de Deus, então eu nunca havia conhecido nada sobre o Espírito de Deus. Um de nós estava completamente enganado.
No caminho de volta, a Sra. White me disse que o Senhor estava lá com seu poder restaurador e que ela estava confiante de que ele seria restaurado à saúde novamente. Eu lhe disse que não percebi isso e que era escuridão para mim. Ela não falou comigo novamente naquela noite. Quando me despedi deles, fui direto para Chicago, para continuar minhas reuniões. Alguns dias depois de chegar a Chicago, a Sra. White me enviou um testemunho escrito; e nele ela diz que sabia que eu estava sob a influência de demônios. No dia seguinte, recebi um despacho de que o Sr. Carlstedt estava morto. Li e reli o testemunho e disse a mim mesmo: ‘Se ela pôde ver 3 anos atrás que Satanás tomaria posse da minha alma e do meu corpo porque eu não me entregaria inteiramente para ser guiado por ela e seu marido, por que ela não pôde ver que o Sr. Carlstedt morreria alguns dias antes de morrer, já que sua atenção foi chamada diretamente para o caso dele? E se ela viu minha condição lamentável tanto tempo antes, por que não me avisou antes que Satanás me colocasse inteiramente sob sua influência?’” [3]
A Importância do Teste Bíblico
Diante dessas previsões fracassadas sobre pessoas específicas, é crucial que os adventistas do sétimo dia examinem as alegações de Ellen White à luz das Escrituras. A Bíblia fornece um teste claro para avaliar a autenticidade de um profeta:
“Quando o profeta falar em nome do Senhor, e a palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o profeta; não tenhas temor dele.” (Deuteronômio 18:22)
As profecias não cumpridas de Ellen White sobre Moses Hull e Charles Lee demonstram que ela falhou no teste bíblico de um verdadeiro profeta. Suas palavras não se cumpriram, indicando que elas não vieram do Senhor, mas foram faladas presunçosamente.
Além disso, a resposta de Ellen White à doença de C. Carlstedt levanta questões preocupantes sobre sua compreensão do caráter de Deus. Ela retratou um Deus que usa táticas de medo e ameaças de ira para manter as pessoas em Sua igreja, em vez de um Deus de amor e compaixão que respeita o livre arbítrio. Essa visão distorcida de Deus está em desacordo com a revelação bíblica de Seu caráter.
Conclusão
As previsões fracassadas de Ellen G. White sobre pessoas específicas levantam sérias dúvidas sobre suas alegações de inspiração divina. Seus erros proféticos em relação a Moses Hull e Charles Lee, juntamente com sua resposta equivocada à doença de C. Carlstedt, demonstram que ela falhou no teste bíblico de um verdadeiro profeta. Essas falhas, combinadas com sua visão distorcida do caráter de Deus, ressaltam a necessidade de uma avaliação crítica de seu suposto dom profético à luz da autoridade suprema das Escrituras.
Como cristãos, nossa fé e prática devem estar firmemente fundamentadas na Palavra de Deus, e não em alegadas revelações extra-bíblicas. Embora Ellen White possa ter desempenhado um papel significativo na história da IASD, elevar seus escritos a um status de autoridade quase canônica corre o risco de obscurecer a suficiência das Escrituras e criar uma visão distorcida de Deus. Que possamos, com humildade e discernimento, examinar todas as coisas e reter o que é bom
“Examinai tudo. Retende o bem.” (1 Tessalonicenses 5:21)
, sempre permitindo que a Bíblia seja nosso guia infalível e autoridade final.
Referências:
- 1. WHITE, E. G. Testimonies, vol. 1, pp. 430-431. [1]
- 2. CANRIGHT, D. M. Life of E.G. White, cap. 15. [2]
- 3. LEE, C. Three Important Questions for Seventh-Day Adventists to Consider. 1876. [3]
- BÍBLIA. Tradução de João Ferreira de Almeida. Deuteronômio 18:22; 1 Tessalonicenses 5:21.