Os Problemas da Coleção Kress

Introdução

No início do século XX, a Igreja Adventista do Sétimo Dia estava em um momento crucial de expansão e consolidação de sua identidade. Nesse contexto, Ellen G. White, uma das principais líderes e considerada por muitos como uma profetisa, viu uma oportunidade lucrativa na indústria de alimentos saudáveis e terapias naturais. Suas cartas ao Dr. D.H. Kress revelam seus esforços para convencê-lo a embarcar nesse empreendimento, unindo os negócios de saúde ao trabalho da igreja.

Sob a alegação de revelações divinas, Ellen White buscava estabelecer uma conexão entre o ramo de alimentos saudáveis e a missão da igreja, vislumbrando uma fonte adicional de receita que ajudaria a financiar as atividades denominacionais. No entanto, seus planos esbarraram na resistência de John Harvey Kellogg, outro líder proeminente em Battle Creek, gerando um conflito interno sobre os rumos do empreendimento de saúde.

A correspondência com Kress expõe como Ellen White utilizava sua suposta posição profética para persuadi-lo a se juntar a seus esforços, apresentando suas visões e instruções como vindas diretamente de Deus. Essa abordagem levanta questionamentos sobre a motivação por trás de suas ações e a mistura de negócios, reivindicações proféticas e interesses financeiros dentro da igreja.

Conexão com o texto em contraste com as Escrituras:

Em várias passagens, as declarações de Ellen White parecem contradizer ou lançar sombras sobre a apresentação bíblica do evangelho. Por exemplo, ela enfatiza a reforma da saúde e o vegetarianismo como meios de salvação (p. 48), sugere que guardar o sábado é um requisito para a salvação (p. 148) e confunde saúde física com restauração espiritual (pp. 102, 136). Essas afirmações contrastam com os ensinamentos bíblicos de que a salvação é pela graça mediante a fé em Cristo (Efésios 2:8-9; João 3:16), e não por meio de práticas dietéticas ou obediência a regras adicionais.

Textos de Ellen White

1. Ênfase excessiva na reforma da saúde e no vegetarianismo como meio de salvação:

“Jesus veio para restaurar a imagem moral de Deus nos homens; mas os homens que tiveram grande luz se entregaram a Satanás. Eles executaram seus planos ao introduzir tabaco, álcool e ópio em terras estrangeiras e pagãs.” (p. 48)

Isso parece elevar a reforma da saúde a uma importância igual ou maior do que o evangelho da salvação por meio de Cristo. A Bíblia ensina que a salvação é pela graça através da fé em Jesus, não por práticas dietéticas (Efésios 2:8-9).

2. Sugestão de que guardar o sétimo dia, o sábado, é um requisito para salvação:

“Deus deu aos homens o sábado como um sinal entre ele e eles, como um teste de sua lealdade. Aqueles que, após a luz sobre a lei de Deus chegar a eles, continuarem a desobedecer… receberão a marca da besta.” (p. 148)

Embora a Bíblia ensine a importância do mandamento do sábado (Êxodo 20:8-11), não faz da observância do sábado, sozinha, o teste de lealdade ou um requisito para a salvação, que vem somente pela fé em Cristo (João 3:16).

3. Conflito entre saúde física e restauração espiritual:

“O negócio de alimentos saudáveis é um presente de Deus para Seu povo, e os lucros devem ser usados para o bem da humanidade sofredora em todos os lugares.” (p. 136)
“O trabalho missionário médico é o evangelho em ilustração.” (p. 102)

Embora a Bíblia encoraje cuidar de nossos corpos como templos do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19-20), ela distingue a saúde física do evangelho espiritual da salvação através do sacrifício de Cristo.

4. Retratando obediência às leis de saúde como um meio de ser santificado/salvo:

“Aqueles que são santificados pelo precioso sangue de Cristo não se tornarão meios para contrariar o grande plano que Deus elaborou. Eles não farão nada para perpetuar divisões na igreja.” (p. 17)
“O sábado é o sinal que distingue aqueles que servem a Deus daqueles que não o servem…” (p. 125)

A Bíblia ensina que somos santificados pela fé em Cristo, não pela obediência a leis (Atos 26:18, Hebreus 10:10). A obediência aos mandamentos é o fruto, não o meio, da salvação.

5. Sugestão de que as almas podem ser perdidas com base no uso dos fundos do sanatório:

“Se alguém entre nós tem vergonha de nossas cores, e deseja ficar sob outra bandeira, que o faça como indivíduo privado, não como representante do trabalho missionário médico adventista do sétimo dia.” (p. 74)
“Deus tem um conflito com aqueles que não mostraram interesse prático no trabalho de missões estrangeiras, mesmo sabendo o que era necessário para começar em um novo campo.” (p. 119)

A implicação aqui contradiz a verdade bíblica de que a salvação é pela graça de Deus, não por nossas obras ou “interesse prático” (Efésios 2:8-9, Tito 3:5).

6. Sugerindo que seguir instruções dietéticas equivale a guardar os mandamentos de Deus:

“Aqueles que guardam os mandamentos de Deus podem reivindicar as promessas contidas em Isaías 58:11-14.” (p. 60)

Essa seção discute não a manutenção da lei moral, mas sim seguir certas práticas dietéticas. A Bíblia não coloca a observância de tais instruções ao mesmo nível dos mandamentos de Deus em relação à salvação.

7. Sugerindo que gastos materialistas levam à perda da salvação:

“O que responderemos àqueles que se afastaram da luz e do conhecimento, e viveram uma vida descuidada e autoindulgente?” (p. 48)

Embora a Bíblia advirta contra o amor ao dinheiro (1 Timóteo 6:10), ela não ensina que simplesmente gastar em indulgências próprias faz alguém perder a salvação. A salvação é pela fé, não pela frugalidade.

8. Apresentando revelações pessoais únicas como requisitos para todos:

“Fui instruída a dizer aos nossos ministros e aos presidentes de nossas conferências…” (p. 108) – Ela se posicionando com “A VOZ  DE DEUS”

A Bíblia adverte contra acrescentar ou ir além do que está escrito (1 Coríntios 4:6, Apocalipse 22:18-19). Visões ou instruções pessoais não são requisitos obrigatórios para todos os crentes.

Importante

Em vários pontos, o documento mescla incorretamente ensinamentos bíblicos sobre salvação, obras, obediência e lei moral com uma aderência rigorosa a práticas de saúde e políticas financeiras institucionais de maneira que poderia comprometer ou distorcer a mensagem central do evangelho de salvação pela graça apenas através da fé em Cristo.

A mistura de negócios, reivindicações proféticas duvidosas e interesses financeiros dentro da igreja, conforme revelada nas cartas de Ellen White a Kress, levanta preocupações significativas. Essa abordagem aparenta desviar o foco do verdadeiro evangelho bíblico, substituindo-o por uma ênfase excessiva em regras e práticas extrabíblicas como meio de salvação.

É fundamental que a igreja permaneça fiel aos ensinamentos das Escrituras, evitando a introdução de doutrinas e requisitos não encontrados na Palavra de Deus. A mistura de motivações financeiras e reivindicações proféticas questionáveis pode distorcer a mensagem central do evangelho de salvação pela graça, por meio da fé em Cristo.

Os leitores devem estar atentos a essas tendências perigosas e buscar discernimento para separar os ensinamentos bíblicos autênticos de quaisquer adições ou distorções que possam surgir dentro das paredes da igreja. Apenas assim a pureza do evangelho poderá ser preservada e transmitida fielmente às gerações futuras.

Dinheiro, Profecias e a Igreja Adventista

A mistura de negócios, reivindicações proféticas duvidosas e interesses financeiros dentro da igreja, conforme revelada nas cartas de Ellen White a Kress, levanta preocupações significativas. Essa abordagem aparenta desviar o foco do verdadeiro evangelho bíblico, substituindo-o por uma ênfase excessiva em regras e práticas extrabíblicas como meio de salvação.

Os leitores devem estar atentos a essas tendências perigosas e buscar discernimento para separar os ensinamentos bíblicos autênticos de quaisquer adições ou distorções que possam surgir dentro das paredes da igreja. Apenas assim a pureza do evangelho poderá ser preservada e transmitida fielmente às gerações futuras.

Documento Original  – The Kress Collection

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *