Introdução
Ellen G. White, uma figura central na Igreja Adventista do Sétimo Dia, escreveu inúmeras obras influentes na formação das crenças e práticas do Adventismo. Entre seus escritos mais significativos está O Grande Conflito (1911), um livro que descreve suas visões sobre o conflito cósmico entre o bem e o mal, o papel da igreja cristã ao longo da história, e os eventos que precedem o fim do mundo. No entanto, uma análise crítica desta obra revela várias instâncias onde as interpretações de White se expandem, adicionam ou até contradizem a Bíblia. Este artigo apresenta um exame cuidadoso dessas áreas, categorizando-as em Expansões (E), Adições (A), Contradições (C), e Erros (ER). Cada ponto é suportado por trechos relevantes do texto de White, comparado com a Escritura bíblica, e concluído com um resumo da interpretação ortodoxa.
Expansões (E)
- E1: A Rebelião de Satanás no Céu
- Texto de Ellen White: “O orgulho em sua própria glória alimentou o desejo de supremacia. As altas honras conferidas a Lúcifer não foram apreciadas como um dom de Deus e não despertaram gratidão ao Criador.” (O Grande Conflito, Capítulo 1)
- Versículo Bíblico: Isaías 14:12-15 – “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo.”
- Conclusão: A Bíblia descreve brevemente a queda de Lúcifer, mas White expande sobre seus pensamentos e motivações, que não são detalhados nas Escrituras. Essa expansão pode ser problemática, pois adiciona elementos psicológicos à narrativa que não estão presentes no texto bíblico, podendo influenciar a compreensão do leitor sobre a natureza do pecado e da rebelião contra Deus. Teologicamente, é arriscado inferir motivos internos de seres angelicais, visto que isso pode extrapolar a revelação bíblica e levar a especulações não fundamentadas.
- E2: A Queda de Adão e Eva
- Texto de Ellen White: “Os anjos haviam advertido Eva para que tomasse cuidado em não se separar de seu marido enquanto ocupada com suas tarefas diárias no jardim; com ele ela estaria em menor perigo de tentação do que se estivesse sozinha.” (O Grande Conflito, Capítulo 2)
- Versículo Bíblico: Gênesis 3:1-6 – “Ora, a serpente era mais astuta que todos os animais do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.”
- Conclusão: A Bíblia narra a queda de Adão e Eva, mas não menciona advertências específicas dadas por anjos, tornando esta uma expansão do relato bíblico. Essa adição pode sugerir uma vigilância celestial constante que não é mencionada nas Escrituras, possivelmente minimizando a responsabilidade individual de Eva em ceder à tentação. Teologicamente, essa expansão pode enfraquecer a gravidade da escolha de Eva ao atribuir sua queda a um erro de julgamento influenciado pela ausência de seu marido, o que não é enfatizado no texto bíblico.
- E3: A Ascensão da Igreja Católica Romana
- Texto de Ellen White: “A conversão nominal de Constantino, no início do século IV, causou grande regozijo; e o mundo, disfarçado com uma forma de justiça, entrou na igreja.” (O Grande Conflito, Capítulo 3)
- Versículo Bíblico: Daniel 7:25 – “Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos, e metade de um tempo.”
- Conclusão: White expande sobre a ascensão da Igreja Católica, fazendo conexões com profecias em Daniel que não são explicitamente feitas na Bíblia. Essa interpretação pode levar a uma visão histórica específica e controversa da igreja que não é unanimemente aceita entre os estudiosos bíblicos. Teologicamente, identificar eventos históricos específicos como cumprimento de profecias bíblicas requer cautela, pois pode resultar em leituras anacrônicas que projetam interpretações modernas sobre textos antigos.
- E4: A Reforma Protestante
- Texto de Ellen White: “Mas o protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa e uma afirmação do direito de todos os homens de adorar de acordo com os ditames de suas próprias consciências.” (O Grande Conflito, Capítulo 7)
- Versículo Bíblico: Apocalipse 14:6-7 – “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.”
- Conclusão: A narrativa adiciona detalhes sobre a Reforma que se estendem além do texto bíblico, apresentando-a como cumprimento de profecia. Esta expansão pode elevar a Reforma a um evento escatológico central, o que não é uma leitura direta das Escrituras. Teologicamente, isso pode levar a uma visão de que movimentos históricos são prefigurados na Bíblia de maneira mais específica do que o texto sagrado realmente permite.
- E5: Os Eventos Finais que Precedem a Segunda Vinda
- Texto de Ellen White: “O tempo de angústia, qual nunca houve, está prestes a abrir-se sobre nós; e precisaremos de uma experiência que não possuímos agora e que muitos são demasiado indolentes para obter.” (O Grande Conflito, Capítulo 39)
- Versículo Bíblico: Mateus 24:21 – “Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.”
- Conclusão: A Bíblia menciona um tempo de angústia, mas White expande os detalhes, descrevendo as experiências específicas necessárias para suportá-lo. Essa expansão pode criar uma expectativa exagerada sobre o tipo de preparação espiritual necessária, possivelmente levando à ansiedade ou à dependência de práticas espirituais específicas que não são prescritas nas Escrituras. Teologicamente, isso pode afastar o foco da graça de Deus como sustentadora dos crentes em tempos de tribulação.
- E6: O Juízo Investigativo
- Texto de Ellen White: “No tempo designado para o juízo—o final dos 2300 dias, em 1844—começou a obra de investigação e apagamento dos pecados.” (O Grande Conflito, Capítulo 28)
- Versículo Bíblico: Daniel 8:14 – “E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.”
- Conclusão: A Bíblia não menciona um juízo investigativo começando em 1844; este conceito é uma expansão única da teologia adventista. Esta interpretação introduz uma complexidade na doutrina da expiação que não é sustentada pela visão ortodoxa da redenção completada na cruz. Teologicamente, isso pode desviar o entendimento da suficiência da obra de Cristo e colocar ênfase excessiva em um processo contínuo de justificação que não é apoiado pelas Escrituras.
- E7: A Igreja Remanescente
- Texto de Ellen White: “O remanescente, guardadores dos mandamentos de Deus e da fé de Jesus, surgirá para proclamar o último aviso de misericórdia a um mundo decaído.” (O Grande Conflito, Capítulo 33)
- Versículo Bíblico: Apocalipse 12:17 – “E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo.”
- Conclusão: A descrição da igreja remanescente inclui características específicas e uma missão que expande a interpretação bíblica de Apocalipse. Esta expansão pode levar a uma interpretação exclusivista da salvação e da identidade da igreja verdadeira, o que é problemático em um contexto cristão mais amplo. Teologicamente, essa visão pode resultar em divisões desnecessárias entre crentes e pode ser vista como uma tentativa de monopolizar a interpretação das Escrituras.
- E8: A Nova Terra e a Vida após a Segunda Vinda
- Texto de Ellen White: “Ali os redimidos conhecerão, mesmo como são conhecidos. O amor e a simpatia que o próprio Deus plantou no espírito, se ali desenvolverão em pureza e plena felicidade.” (O Grande Conflito, Capítulo 42)
- Versículo Bíblico: Apocalipse 21:4 – “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.”
- Conclusão: A Bíblia fala da Nova Terra, mas White expande ao adicionar descrições da vida diária, relacionamentos e atividades. Embora essas descrições sejam atraentes, elas ultrapassam a revelação bíblica e podem criar expectativas não fundamentadas sobre a vida eterna. Teologicamente, essas adições correm o risco de criar uma visão idealizada do céu que pode não ser biblicamente acurada.
- E9: O Papel dos Estados Unidos na Profecia
- Texto de Ellen White: “Os profetas descreveram claramente a ascensão e o caráter dessa nação de poder, o que é demonstrado na profecia do Apocalipse.” (O Grande Conflito, Capítulo 25)
- Versículo Bíblico: Apocalipse 13:11 – “E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como dragão.”
- Conclusão: White expande a interpretação do Apocalipse, identificando os Estados Unidos como uma das bestas, uma aplicação moderna não explicitamente feita na Bíblia. Esta interpretação pode levar a uma visão particular e possivelmente distorcida da história e da política mundial, com implicações teológicas sérias. Teologicamente, é perigoso aplicar profecias bíblicas a nações modernas de forma tão direta, pois isso pode resultar em interpretações equivocadas e escatologias sensacionalistas.
- E10: A Importância do Sábado no Conflito Final
- Texto de Ellen White: “A observância do sábado será o grande teste de lealdade, pois é o ponto da verdade especialmente controvertido.” (O Grande Conflito, Capítulo 35)
- Versículo Bíblico: Êxodo 20:8-11 – “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu gado, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.”
- Conclusão: Embora a Bíblia estabeleça o sábado como um mandamento, White expande sua importância escatológica, dando-lhe um papel central no conflito final. Essa interpretação pode transformar o sábado de um símbolo de descanso e adoração em um teste escatológico de lealdade que não é explicitamente ensinado nas Escrituras. Teologicamente, isso pode desviar a atenção da fé em Cristo como o único meio de salvação e introduzir elementos de legalismo na doutrina da salvação.
Adições (A)
- A1: O Juízo Investigativo
- Texto de Ellen White: “No tempo designado para o juízo—o final dos 2300 dias, em 1844—começou a obra de investigação e apagamento dos pecados.” (O Grande Conflito, Capítulo 28)
- Versículo Bíblico: Daniel 8:14 – “E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.”
- Conclusão: A Bíblia não menciona um juízo investigativo começando em 1844; este conceito é uma adição exclusiva da teologia adventista. Essa doutrina adiciona um elemento de contínua incerteza à salvação dos crentes, ao sugerir que seus pecados estão sendo continuamente avaliados até o fim dos tempos. Teologicamente, essa visão é problemática porque parece minar a doutrina da justificação pela fé e a certeza da salvação em Cristo.
- A2: Identificação da Igreja Católica Romana como Babilônia
- Texto de Ellen White: “É a igreja de Roma que, desde os tempos antigos, reivindica o direito de governar as consciências dos homens, e Babilônia, a mãe das prostituições, é seu símbolo apropriado.” (O Grande Conflito, Capítulo 18)
- Versículo Bíblico: Apocalipse 17:5 – “E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra.”
- Conclusão: Embora a Bíblia descreva Babilônia, ela não a identifica explicitamente como a Igreja Católica Romana; esta é uma adição interpretativa feita por White. Essa identificação pode levar a uma interpretação histórica e religiosa polarizadora, que demoniza uma tradição cristã inteira sem base suficiente nas Escrituras. Teologicamente, essa visão pode promover divisões desnecessárias e prejudicar o diálogo ecumênico.
- A3: A Imposição da Adoração Dominical
- Texto de Ellen White: “A imposição da observância do domingo seria uma imposição da adoração da besta e de sua imagem.” (O Grande Conflito, Capítulo 35)
- Versículo Bíblico: Apocalipse 13:16-17 – “E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome.”
- Conclusão: A Bíblia fala da marca da besta, mas não a associa à observância do domingo; esta é uma adição. Esta interpretação introduz uma preocupação específica sobre a observância de dias que não é diretamente fundamentada nas Escrituras. Teologicamente, isso pode levar ao legalismo e à criação de distinções artificiais entre crentes com base em práticas que a Bíblia não define como essenciais para a salvação.
- A4: A Reforma como Cumprimento Profético
- Texto de Ellen White: “A Reforma Protestante foi um grande movimento profético, que mudou o rumo da história e abriu as portas da luz a todos os povos.” (O Grande Conflito, Capítulo 7)
- Versículo Bíblico: Apocalipse 14:6-7 – “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.”
- Conclusão: A Bíblia não menciona a Reforma Protestante como um cumprimento direto de profecia; esta é uma adição interpretativa. Esta adição pode elevar eventos históricos específicos a um status profético que pode não ser justificado pelas Escrituras. Teologicamente, isso pode levar a uma compreensão distorcida da história da igreja, onde movimentos humanos são vistos como diretamente inspirados por profecias bíblicas.
- A5: As Três Mensagens Angélicas Aplicadas à Igreja Adventista
- Texto de Ellen White: “As três mensagens angélicas se aplicam especialmente ao povo adventista, que deve proclamar ao mundo o último aviso de Deus.” (O Grande Conflito, Capítulo 23)
- Versículo Bíblico: Apocalipse 14:6-12 – “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição. E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E o fumo do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome. Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus.”
- Conclusão: As três mensagens angélicas são amplamente interpretadas como um aviso global, e não especificamente para a Igreja Adventista; esta é uma adição. Essa interpretação pode levar a uma visão sectária, onde uma única denominação é vista como a única portadora da verdade, o que é teologicamente problemático. Isso pode minar o espírito de unidade entre os crentes e criar uma divisão desnecessária na compreensão do evangelho.
- A6: O Selo de Deus como a Observância do Sábado
- Texto de Ellen White: “O selo de Deus é colocado sobre os que guardam o sábado como sinal de sua fidelidade.” (O Grande Conflito, Capítulo 35)
- Versículo Bíblico: Ezequiel 20:12 – “Também lhes dei os meus sábados, para servirem de sinal entre mim e eles, para que soubessem que eu sou o Senhor, que os santifica.”
- Conclusão: Embora a Bíblia mencione o sábado como sinal entre Deus e os israelitas, a identificação do selo de Deus exclusivamente com a observância do sábado é uma adição. Isso pode levar a uma interpretação legalista da salvação, onde a observância de um dia específico é vista como essencial para a redenção, em detrimento da fé em Cristo como o único meio de salvação. Teologicamente, essa visão pode obscurecer o papel central de Jesus na salvação e colocar ênfase indevida em práticas ritualísticas.
- A7: A Perseguição Final contra os Guardadores do Sábado
- Texto de Ellen White: “Haverá uma perseguição feroz contra aqueles que insistem em guardar o sábado do Senhor.” (O Grande Conflito, Capítulo 36)
- Versículo Bíblico: Mateus 24:9 – “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.”
- Conclusão: A Bíblia fala de perseguição contra cristãos por causa de Cristo, mas não por guardar o sábado; esta é uma adição. Isso pode criar uma expectativa de perseguição que não é suportada pelo texto bíblico, levando a um senso de paranoia ou martírio antecipado entre os crentes que observam o sábado. Teologicamente, isso pode desviar o foco da verdadeira causa da perseguição cristã, que é a fé em Jesus, e não a observância de dias específicos.
- A8: O Pequeno Tempo de Angústia
- Texto de Ellen White: “Antes do grande tempo de angústia, haverá um pequeno tempo de angústia que testará a fé dos crentes.” (O Grande Conflito, Capítulo 38)
- Versículo Bíblico: Daniel 12:1 – “E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro.”
- Conclusão: A Bíblia menciona um tempo de angústia, mas não faz distinção entre um “grande” e um “pequeno” tempo de angústia; esta é uma adição. Essa adição pode complicar a compreensão dos eventos finais, introduzindo categorias que não estão claramente definidas nas Escrituras. Teologicamente, isso pode levar a especulações desnecessárias sobre o cronograma dos últimos dias e criar expectativas infundadas entre os crentes.
- A9: O Juízo dos Mortos em Cristo Durante o Juízo Investigativo
- Texto de Ellen White: “Durante o juízo investigativo, os mortos em Cristo são julgados antes da ressurreição.” (O Grande Conflito, Capítulo 28)
- Versículo Bíblico: Hebreus 9:27 – “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.”
- Conclusão: A Bíblia ensina que o julgamento ocorre após a morte, sem mencionar um juízo investigativo prévio à ressurreição; esta é uma adição. Essa interpretação pode introduzir incertezas sobre o destino dos crentes após a morte e sugerir que sua salvação está sob revisão até o momento final. Teologicamente, isso pode minar a segurança que os crentes devem ter em sua salvação, baseada na obra completa de Cristo na cruz.
- A10: Satanás Imitando Cristo e Realizando Milagres
- Texto de Ellen White: “Nos últimos dias, Satanás imitará Cristo e realizará milagres para enganar o mundo.” (O Grande Conflito, Capítulo 39)
- Versículo Bíblico: 2 Tessalonicenses 2:9 – “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira.”
- Conclusão: A Bíblia avisa sobre falsos sinais e prodígios, mas a ideia de que Satanás imitará diretamente Cristo é uma adição. Essa adição pode criar um medo excessivo de enganos satânicos e desviar o foco da verdadeira natureza do anticristo conforme descrito nas Escrituras. Teologicamente, isso pode levar a uma percepção errônea dos eventos finais e à suspeita excessiva de fenômenos espirituais.
Contradições (C)
- C1: O Juízo Investigativo
- Texto de Ellen White: “Em 1844, no término do período profético de 2300 dias, Cristo entrou no lugar santíssimo do santuário celestial para realizar a obra final de expiação preparatória à Sua vinda.” (O Grande Conflito, Capítulo 28)
- Versículo Bíblico: Hebreus 9:12, 26 – “Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. […] De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.”
- Conclusão: A crença ortodoxa cristã sustenta que a expiação de Cristo foi completada na cruz; o conceito de um processo de expiação contínuo é uma contradição. Essa contradição desafia a suficiência do sacrifício de Cristo, sugerindo que Sua obra redentora precisa de um complemento ou de uma continuação após a cruz, o que não é sustentado pela teologia bíblica tradicional.
- C2: Salvação Dependente da Observância do Sábado
- Texto de Ellen White: “No desfecho do conflito, toda a cristandade será dividida em duas grandes classes—os que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus, e os que adoram a besta e sua imagem e recebem sua marca.” (O Grande Conflito, Capítulo 35)
- Versículo Bíblico: Efésios 2:8-9 – “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie.”
- Conclusão: A Bíblia ensina que a salvação é pela graça mediante a fé, não pela observância do sábado, tornando esta afirmação uma contradição. Essa contradição pode levar a uma compreensão errônea da natureza da salvação, onde a observância de um mandamento específico é vista como essencial para a redenção, em detrimento da fé em Cristo como a base da salvação.
- C3: A Autoridade das Visões de Ellen G. White
- Texto de Ellen White: “As visões que me foram dadas são luz de Deus para guiar Seu povo nos últimos dias.” (O Grande Conflito, Capítulo 27)
- Versículo Bíblico: 2 Timóteo 3:16-17 – “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda boa obra.”
- Conclusão: A visão cristã ortodoxa é que a Escritura é a única autoridade final; a afirmação de que as visões de White têm a mesma autoridade contradiz a doutrina da Sola Scriptura. Essa contradição pode minar a autoridade exclusiva das Escrituras e abrir espaço para novas revelações que podem desviar os crentes do evangelho bíblico. Teologicamente, isso coloca em risco a integridade da revelação bíblica como completa e suficiente para guiar a fé e a prática cristãs.
- C4: Os Estados Unidos na Profecia
- Texto de Ellen White: “Os Estados Unidos, como nação, desempenharão um papel crucial no cumprimento das profecias finais.” (O Grande Conflito, Capítulo 25)
- Versículo Bíblico: Apocalipse 13:11 – “E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como dragão.”
- Conclusão: A interpretação tradicional não identifica explicitamente os Estados Unidos como uma besta do Apocalipse; esta identificação é uma contradição. Essa contradição pode levar a uma interpretação errônea das profecias bíblicas e a uma escatologia baseada em eventos políticos contemporâneos, em vez de uma interpretação bíblica consistente. Teologicamente, isso pode criar uma visão distorcida do papel das nações modernas no plano divino, desviando o foco do reino espiritual de Deus para reinos terrestres.
- C5: A Imortalidade da Alma
- Texto de Ellen White: “Os mortos não sabem nada; suas almas dormem até o dia da ressurreição.” (O Grande Conflito, Capítulo 33)
- Versículo Bíblico: Filipenses 1:23 – “Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.”
- Conclusão: A crença ortodoxa cristã ensina que a alma dos crentes vai imediatamente para estar com Cristo após a morte, não dorme até a ressurreição, contradizendo a afirmação de White. Essa contradição pode levar a uma visão equivocada da vida após a morte, onde a consciência dos crentes é suspensa até a ressurreição, o que não é suportado pelas Escrituras. Teologicamente, isso pode criar incerteza e confusão sobre o estado dos crentes após a morte, desviando da esperança bíblica de estar imediatamente com Cristo.
- C6: A Entrada de Cristo no Lugar Santíssimo
- Texto de Ellen White: “Cristo entrou no Lugar Santíssimo do santuário celestial em 1844 para começar a obra de juízo.” (O Grande Conflito, Capítulo 24)
- Versículo Bíblico: Hebreus 9:12 – “Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.”
- Conclusão: A Bíblia ensina que Cristo já tinha acesso ao Pai desde Sua ascensão, o que torna a afirmação de White uma contradição. Essa contradição pode desviar a compreensão dos crentes sobre a natureza da obra de Cristo no céu, sugerindo que Seu ministério celestial começou muito depois de Sua ascensão, o que não é apoiado pelas Escrituras. Teologicamente, isso pode obscurecer a compreensão da eficácia completa e imediata do sacrifício de Cristo.
- C7: O Julgamento Final dos Ímpios
- Texto de Ellen White: “O julgamento final dos ímpios ocorre após o milênio, com uma segunda ressurreição.” (O Grande Conflito, Capítulo 42)
- Versículo Bíblico: Mateus 25:31-46 – “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e diante dele serão reunidas todas as nações; e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas. E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. […] E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.”
- Conclusão: A Bíblia coloca todo o julgamento no momento da vinda de Cristo, enquanto White o coloca após o milênio, uma contradição. Essa contradição pode levar a uma compreensão equivocada da cronologia dos eventos finais, sugerindo um processo mais prolongado de julgamento que não é suportado pelas Escrituras. Teologicamente, isso pode criar confusão sobre o destino dos ímpios e o momento do julgamento final.
- C8: O Remanescente Exclusivamente Adventista
- Texto de Ellen White: “O remanescente de Deus é exclusivamente identificado com a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que guarda os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus.” (O Grande Conflito, Capítulo 33)
- Versículo Bíblico: Apocalipse 12:17 – “E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo.”
- Conclusão: A visão ortodoxa é que o remanescente se refere a todos os verdadeiros crentes em Cristo, e não exclusivamente a uma denominação, tornando esta afirmação uma contradição. Essa contradição pode levar a um exclusivismo denominacional, onde uma única igreja é vista como a única verdadeira, o que pode alienar outros cristãos e criar divisões desnecessárias. Teologicamente, isso vai contra a unidade do corpo de Cristo, que é composto por todos os crentes verdadeiros, independentemente de afiliações denominacionais.
- C9: O Papel do Sábado na Salvação
- Texto de Ellen White: “A guarda do sábado será o grande teste de lealdade no tempo do fim, determinando quem será salvo.” (O Grande Conflito, Capítulo 35)
- Versículo Bíblico: Romanos 10:9-13 – “A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.”
- Conclusão: A Bíblia ensina que a salvação é pela fé em Jesus, não pela guarda do sábado, o que contradiz a afirmação de White. Essa contradição pode levar a uma compreensão legalista da salvação, onde a observância de um dia específico é vista como um teste definitivo de fidelidade, o que desvia do evangelho da graça. Teologicamente, isso pode comprometer a simplicidade e a clareza do evangelho, introduzindo elementos de obras na salvação.
- C10: A Segunda Vinda como Dependente da Prontidão dos Santos
- Texto de Ellen White: “Cristo está esperando para se manifestar ao Seu povo. Quando o caráter de Cristo for perfeitamente reproduzido em Seu povo, então Ele virá para reclamá-los como Seus.” (O Grande Conflito, Capítulo 29)
- Versículo Bíblico: Mateus 24:36 – “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.”
- Conclusão: A Bíblia ensina que a segunda vinda de Cristo não depende da prontidão dos santos, mas do tempo determinado pelo Pai, tornando esta afirmação uma contradição. Essa contradição pode levar a uma visão condicional da segunda vinda, onde a vinda de Cristo é vista como dependente do esforço humano, o que contradiz a soberania divina. Teologicamente, isso pode gerar ansiedade e uma teologia de obras, onde a vinda de Cristo é atrasada pela falha dos crentes em atingir um padrão de santidade.
Erros (ER)
- ER1: Imprecisões Históricas sobre a Reforma Protestante
- Texto de Ellen White: “A Reforma não terminou, como muitos supõem, com Lutero. Deve continuar até o fim da história deste mundo.” (O Grande Conflito, Capítulo 14)
- Versículo Bíblico: Gálatas 1:8-9 – “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema. Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo: Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.”
- Conclusão: A afirmação de que a Reforma é um processo contínuo, ordenado divinamente, desvia-se dos registros históricos e do princípio bíblico da completude do evangelho. Esse erro pode levar a uma visão distorcida da história da igreja, onde a Reforma é vista como um evento inacabado, o que não é suportado pelos fatos históricos. Teologicamente, isso pode minar a compreensão da suficiência do evangelho tal como foi pregado pelos apóstolos, sugerindo que a verdade ainda está em desenvolvimento.
- ER2: A Interpretação Errônea da Profecia dos 2300 Dias
- Texto de Ellen White: “Os 2300 dias terminaram, e Cristo entrou no lugar santíssimo para iniciar Sua obra.” (O Grande Conflito, Capítulo 22)
- Versículo Bíblico: Daniel 8:14 – “E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.”
- Conclusão: A profecia dos 2300 dias é tradicionalmente interpretada como referente a eventos no tempo de Antíoco Epifânio, e não a um evento em 1844; isso constitui um erro de interpretação. Esse erro pode levar a uma cronologia escatológica equivocada, onde eventos históricos são deslocados e reinterpretados para se encaixar em uma narrativa específica. Teologicamente, isso pode comprometer a integridade da interpretação bíblica e criar doutrinas baseadas em cronogramas falhos.
- ER3: A Mudança do Sábado de Sábado para Domingo
- Texto de Ellen White: “A Igreja Católica Romana mudou o sábado de sábado para domingo, violando o mandamento de Deus.” (O Grande Conflito, Capítulo 3)
- Versículo Bíblico: Atos 20:7 – “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para partir o pão, Paulo, que havia de sair no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até à meia-noite.”
- Conclusão: O versículo de Atos 20:7 indica que os primeiros cristãos já se reuniam para adorar a Deus no primeiro dia da semana, o domingo, precedendo assim a formalização da Igreja Católica Romana. Isso torna a afirmação de White historicamente imprecisa. Esse erro histórico pode levar a uma compreensão incorreta da prática cristã primitiva e à suposição de que a observância do domingo foi uma invenção posterior, o que não é suportado pela evidência histórica. Teologicamente, isso pode criar uma divisão artificial entre os primeiros cristãos e a igreja posterior, obscurecendo a continuidade da adoração cristã.
- ER4: A Representação de William Miller
- Texto de Ellen White: “William Miller foi um servo fiel de Deus, cujas previsões sobre 1844 estavam apenas parcialmente erradas.” (O Grande Conflito, Capítulo 22)
- Versículo Bíblico: Deuteronômio 18:22 – “Quando o profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele.”
- Conclusão: As previsões de Miller não se cumpriram, o que o caracteriza, segundo o critério bíblico, como um falso profeta. Esse erro na representação de Miller pode levar à reabilitação de um líder religioso que não cumpriu os critérios bíblicos para um profeta verdadeiro. Teologicamente, isso pode minar a autoridade da Escritura ao justificar previsões falhadas como “parcialmente” erradas, o que é inconsistente com o ensino bíblico sobre a profecia.
- ER5: A Interpretação do “Besta” e “Imagem” em Apocalipse
- Texto de Ellen White: “A besta e sua imagem em Apocalipse referem-se especificamente às nações modernas, como os Estados Unidos.” (O Grande Conflito, Capítulo 25)
- Versículo Bíblico: Apocalipse 13:14-15 – “E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia. E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta.”
- Conclusão: A aplicação de “besta” e “imagem” a entidades políticas modernas carece de suporte bíblico e histórico, constituindo um erro. Essa interpretação pode levar a uma visão errônea dos eventos contemporâneos, onde cada desenvolvimento político é visto como o cumprimento de uma profecia bíblica específica. Teologicamente, isso pode criar uma escatologia sensacionalista, onde as Escrituras são reinterpretadas para se adequar a eventos modernos, em vez de serem entendidas em seu contexto original.
- ER6: Os Valdenses como Guardadores do Sábado
- Texto de Ellen White: “Os valdenses eram proto-adventistas que guardavam o sábado do sétimo dia.” (O Grande Conflito, Capítulo 4)
- Versículo Bíblico: Colossenses 2:16-17 – “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.”
- Conclusão: Não há evidências históricas de que os valdenses observassem o sábado do sétimo dia. Além disso, o versículo de Colossenses 2:16-17 sugere que a observância de dias específicos, incluindo o sábado, não deveria ser imposta como uma regra obrigatória, o que reforça a imprecisão histórica da afirmação de White. Esse erro pode levar a uma visão anacrônica da história da igreja, onde movimentos passados são reinterpretados para se alinhar com doutrinas modernas. Teologicamente, isso pode comprometer a integridade histórica e a compreensão do desenvolvimento das práticas cristãs ao longo dos séculos.
- ER7: O Papel de Satanás Durante o Milênio
- Texto de Ellen White: “Durante o milênio, Satanás estará preso na Terra desolada, sem ninguém para tentar.” (O Grande Conflito, Capítulo 41)
- Versículo Bíblico: Apocalipse 20:2-3 – “Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.”
- Conclusão: A interpretação de Ellen White de que Satanás estará literalmente preso na Terra desolada durante o milênio ignora a cronologia apresentada em Apocalipse. De acordo com o relato bíblico, após o milênio, a Nova Jerusalém desce do céu, e o destino final de Satanás e seus seguidores é o lago de fogo. Não há espaço para uma segunda rebelião ou para que o mal continue a existir após a descida da Cidade Santa. Teologicamente, essa interpretação pode criar uma expectativa equivocada sobre o milênio e a cronologia dos eventos finais, desviando da escatologia bíblica tradicional.
- ER8: A Imposição Mundial das Leis Dominicais
- Texto de Ellen White: “Nos últimos dias, haverá uma imposição mundial das leis dominicais, levando à perseguição dos guardadores do sábado.” (O Grande Conflito, Capítulo 35)
- Versículo Bíblico: Apocalipse 13:15-16 – “E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta. E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas.”
- Conclusão: A Bíblia menciona uma marca da besta, mas a previsão de uma imposição mundial das leis dominicais é especulativa e não baseada em uma profecia bíblica clara, constituindo um erro. Esse erro pode levar a uma compreensão equivocada dos eventos finais, onde desenvolvimentos legais ou políticos são vistos como cumprimento direto da profecia bíblica. Teologicamente, isso pode criar medo e especulações infundadas sobre o futuro, desviando o foco da fé em Cristo para preocupações com eventos temporais.
- ER9: A Purificação do Santuário no Céu
- Texto de Ellen White: “O santuário celestial foi contaminado e precisava ser purificado, o que começou em 1844.” (O Grande Conflito, Capítulo 24)
- Versículo Bíblico: Hebreus 9:23-24 – “De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão nos céus assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes. Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de Deus.”
- Conclusão: A Bíblia ensina que Cristo entrou uma vez por todas no santuário celestial, tornando desnecessária uma purificação posterior, o que contradiz a afirmação de White. Esse erro pode levar a uma visão equivocada do ministério celestial de Cristo, sugerindo que sua obra não foi plenamente realizada na cruz. Teologicamente, isso pode minar a segurança dos crentes na eficácia do sacrifício de Cristo e introduzir dúvidas sobre a suficiência de Sua obra redentora.
- ER10: O Conceito de “Verdade Presente”
- Texto de Ellen White: “A Verdade Presente é uma revelação contínua de Deus, que às vezes contradiz o entendimento anterior.” (O Grande Conflito, Capítulo 27)
- Versículo Bíblico: Judas 1:3 – “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da comum salvação, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.”
- Conclusão: A fé cristã é entendida como uma revelação completa e final, e a ideia de uma “Verdade Presente” que se desenvolve ao ponto de contradizer a revelação anterior vai além das crenças cristãs ortodoxas, constituindo um erro. Esse erro pode levar a uma teologia progressiva, onde as doutrinas cristãs fundamentais são vistas como mutáveis e sujeitas a revisões contínuas. Teologicamente, isso pode comprometer a integridade da fé cristã e introduzir incertezas sobre a verdade bíblica, desviando do conceito de revelação completa e definitiva.
Perigos Teológicos
A análise dos escritos de Ellen G. White, especialmente em “O Grande Conflito”, revela não apenas expansões, adições, contradições e erros em relação à Bíblia, mas também perigos teológicos que podem ter implicações sérias para a fé cristã ortodoxa. Esses perigos incluem a elevação dos escritos de White ao mesmo nível das Escrituras, uma teologia centrada na obediência às leis como meio de salvação, e a introdução de doutrinas exclusivistas que podem isolar a comunidade adventista do restante do corpo de Cristo.
- A Autoridade das Visões de Ellen G. White
- Perigo: A afirmação de que as visões de White são “luz de Deus para guiar Seu povo nos últimos dias” (Capítulo 27) sugere que seus escritos têm uma autoridade equivalente à das Escrituras, o que contraria a doutrina da Sola Scriptura.
- Explicação: A Bíblia ensina que “Toda a Escritura é divinamente inspirada” (2 Timóteo 3:16-17), e não há base bíblica para colocar qualquer outro escrito ao mesmo nível de autoridade. Esta elevação dos escritos de White pode levar a uma dependência teológica perigosa, onde as interpretações dela substituem o estudo direto da Bíblia.
- A Salvação Dependente da Observância do Sábado
- Perigo: A ênfase de White na guarda do sábado como um teste de lealdade que determinará a salvação (Capítulo 35) coloca em risco a compreensão da salvação pela graça mediante a fé, central na teologia cristã.
- Explicação: Efésios 2:8-9 deixa claro que “pela graça sois salvos, por meio da fé”. A introdução de obras como critério para a salvação pode distorcer o evangelho e levar ao legalismo, afastando os crentes da verdadeira liberdade em Cristo.
- O Exclusivismo Adventista
- Perigo: A identificação do remanescente de Deus exclusivamente com a Igreja Adventista do Sétimo Dia (Capítulo 33) pode criar uma mentalidade sectária, isolando os adventistas de outras tradições cristãs e promovendo uma visão elitista da fé.
- Explicação: A visão ortodoxa do remanescente é inclusiva de todos os crentes em Cristo, independentemente de denominação. A ideia de que apenas os adventistas são o “verdadeiro remanescente” pode levar à exclusão de outros cristãos e à divisão dentro do corpo de Cristo.
- A Reinterpretação de Profecias Bíblicas
- Perigo: As interpretações de White sobre profecias bíblicas, como o papel dos Estados Unidos em Apocalipse (Capítulo 25) ou a importância do sábado no conflito final, introduzem conceitos que não são encontrados na Bíblia e que podem levar a especulações teológicas.
- Explicação: A reinterpretação de profecias para se adequarem a uma narrativa adventista específica pode distorcer a compreensão bíblica e levar os crentes a focarem em aspectos secundários da fé, em vez de no evangelho central de Cristo.
- A Introdução de Doutrinas Não Bíblicas
- Perigo: Doutrinas como o juízo investigativo, que não têm base bíblica sólida, podem confundir os crentes e desviá-los do entendimento tradicional da obra completa de Cristo na cruz.
- Explicação: A Bíblia ensina que a obra de Cristo foi final e completa na cruz (Hebreus 9:12). A introdução de doutrinas que sugerem uma obra inacabada pode minar a confiança dos crentes na suficiência do sacrifício de Cristo e gerar incertezas sobre a sua salvação.
Esses perigos teológicos destacam a necessidade de uma análise crítica dos escritos de Ellen G. White à luz das Escrituras, a fim de proteger a integridade da fé cristã ortodoxa e garantir que o foco permaneça no evangelho de Jesus Cristo, sem acréscimos ou distorções.
Referências
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 1.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 2.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 3.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 4.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 7.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 14.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 18.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 22.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 23.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 24.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 25.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 27.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 28.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 29.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 33.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 35.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 36.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 39.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 41.
- Ellen G. White, O Grande Conflito, Capítulo 42.
- Isaías 14:12-15, Bíblia Sagrada.
- Gênesis 3:1-6, Bíblia Sagrada.
- Daniel 7:25, Bíblia Sagrada.
- Apocalipse 14:6-7, Bíblia Sagrada.
- Mateus 24:21, Bíblia Sagrada.
- Daniel 8:14, Bíblia Sagrada.
- Apocalipse 12:17, Bíblia Sagrada.
- Apocalipse 21:4, Bíblia Sagrada.
- Apocalipse 13:11, Bíblia Sagrada.
- Êxodo 20:8-11, Bíblia Sagrada.
- Apocalipse 17:5, Bíblia Sagrada.
- Apocalipse 13:16-17, Bíblia Sagrada.
- Apocalipse 14:6-12, Bíblia Sagrada.
- Ezequiel 20:12, Bíblia Sagrada.
- Mateus 24:9, Bíblia Sagrada.
- Daniel 12:1, Bíblia Sagrada.
- Hebreus 9:27, Bíblia Sagrada.
- 2 Tessalonicenses 2:9, Bíblia Sagrada.
- Hebreus 9:12, 26, Bíblia Sagrada.
- Efésios 2:8-9, Bíblia Sagrada.
- 2 Timóteo 3:16-17, Bíblia Sagrada.
- Filipenses 1:23, Bíblia Sagrada.
- Mateus 25:31-46, Bíblia Sagrada.
- Romanos 10:9-13, Bíblia Sagrada.
- Mateus 24:36, Bíblia Sagrada.
- Gálatas 1:8-9, Bíblia Sagrada.
- Deuteronômio 18:22, Bíblia Sagrada.
- Apocalipse 13:14-15, Bíblia Sagrada.
- Hebreus 9:23-24, Bíblia Sagrada.
- Judas 1:3, Bíblia Sagrada.