O Sábado na Nova Aliança: Uma Análise Abrangente

I. Introdução: O Sábado em Gênesis

Vamos começar nossa exploração do Sábado examinando suas origens em Gênesis. É crucial entender que a criação foi realmente concluída no sexto dia, não no sétimo. No sétimo dia, Deus cessou de criar, mas Ele não “guardou” o Sábado da maneira que normalmente entendemos.

A palavra hebraica usada aqui significa “cessou”. Deus cessou de criar outras coisas. Este sétimo dia em Gênesis é único por várias razões:

  • Não há fórmula afirmando “E houve tarde e manhã, o sétimo dia.”
  • As condições presentes naquele primeiro sétimo dia teriam continuado indefinidamente se o homem não tivesse pecado.
  • Foi o único dia nas Escrituras em que o homem e Deus estavam em perfeito relacionamento um com o outro.

Este dia serve como um tipo de descanso que veremos ao longo das Escrituras, simbolizando quando o homem e Deus estão em relacionamento correto.

É importante notar que não há registro, seja bíblico ou histórico, de alguém conhecendo ou guardando o Sábado antes do tempo de Moisés. Isso é confirmado pelas Escrituras, estudiosos judeus e estudiosos da antiguidade. Segundo Knut, “nem pagão nem católico” tem qualquer registro de alguém guardando qualquer dia sagrado antes do tempo de Moisés.

Há boas evidências para apoiar a crença de que o Sábado foi “abençoado e santificado” como um dia de descanso obrigatório para Israel no tempo de Moisés, não no relato de Gênesis. O relato de Gênesis meramente declara por que ele foi separado – porque Deus descansou. Mas Ele não o santificou até o tempo de Moisés.

II. Os Dez Mandamentos e a Aliança

Agora, vamos nos aprofundar na relação entre os Dez Mandamentos e a aliança. Isso é crítico, especialmente para aqueles que estão fazendo a transição do Adventismo. As palavras da aliança são os Dez Mandamentos. Vamos olhar para várias escrituras que confirmam isso:

Êxodo 34:28 declara: “E esteve Moisés ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água; e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, os Dez Mandamentos.”

Êxodo 31:18 diz: “E, tendo acabado de falar com ele no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.”

Deuteronômio 4:13 confirma: “Então vos anunciou ele a sua aliança, que vos ordenou cumprir, as Dez Palavras; e as escreveu em duas tábuas de pedra.”

Deuteronômio 9:9 afirma ainda: “Subindo eu ao monte, para receber as tábuas de pedra, as tábuas da aliança que o Senhor fez convosco…”

Essas passagens identificam claramente e repetidamente os Dez Mandamentos como as palavras da aliança. Isso é enfatizado novamente no Novo Testamento, que exploraremos mais adiante.

As outras leis na Torá interpretavam os Dez Mandamentos para a nação de Israel. Por exemplo, “Não roubarás” é um dos Dez Mandamentos, mas as outras leis explicam o que fazer se alguém rouba um boi, ou se um ladrão é pego arrombando, ou o que fazer sobre um animal pastando no campo do vizinho. Essas leis adicionais muitas vezes explicam, interpretam e expandem a verdade básica dos Dez Mandamentos.

A interconexão das várias leis no Antigo Testamento é clara: “Os Dez Mandamentos fazem parte daquela única lei. As outras leis fora dos Dez Mandamentos interpretavam os Dez Mandamentos para a nação de Israel.”

III. O Sábado como um Sinal da Aliança

O Sábado ocupa uma posição única dentro dessa estrutura de aliança. Não é apenas um dos Dez Mandamentos; também é descrito como um sinal da aliança. Êxodo 31:13 afirma: “Tu, pois, falarás aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis os meus sábados; porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica.”

Isso faz do Sábado não apenas um mandamento, mas uma representação de todo o relacionamento da aliança entre Deus e Israel. “O Sábado é o sinal da antiga aliança, feito apenas com Israel, e se encontra bem no centro dos Dez Mandamentos.”

Em documentos de tratados do antigo Oriente Próximo, o sinal da aliança era sempre colocado no centro da aliança. Isso destaca ainda mais a importância do Sábado dentro da estrutura da Antiga Aliança.

O Sábado tinha regulamentos específicos associados a ele:

  • Não cozinhar no Sábado
  • Não sair do lugar
  • Pena de morte por violação do Sábado
  • Não acender fogo no Sábado
  • Observância de uma noite até a outra

Esses regulamentos destacam a seriedade com que o Sábado deveria ser observado sob a Antiga Aliança.

IV. Cristo como a Nova Aliança

À medida que passamos para discutir a Nova Aliança, vemos uma mudança significativa. Na Nova Aliança, o próprio Cristo é designado como a aliança. Isaías 42:6 profetiza: “Eu, o Senhor, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por aliança do povo, e para luz dos gentios.”

Essa profecia messiânica indica que Jesus seria designado como aliança para o povo. Isso tira muito peso de nossas mentes quando percebemos que o Pai e Jesus são os parceiros da Nova Aliança. Na Antiga Aliança, os parceiros eram Israel e Deus. Mas na Nova Aliança, é entre o Pai e o Filho.

Hebreus 7:22 confirma: “de tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador.” Hebreus 8:6 afirma ainda: “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas.”

Jesus cumpriu essa aliança perfeitamente. Ao longo dos Evangelhos, especialmente em João, vemos Jesus consistentemente dizendo que Ele só faz o que o Pai lhe disse para fazer. Ele manteve a aliança perfeitamente.

Nesta Nova Aliança, a lei muda. Hebreus 7:12 diz: “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” A nova lei da aliança é o amor. Jesus diz em João 15:12: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” Isso é repetido em João 15:17: “Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros.”

Paulo confirma isso em Romanos 13:10: “O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.” Esta nova lei do amor pode penetrar em todas as culturas sem criar guerras culturais, ao contrário dos sinais da antiga aliança, como vestuário, dieta e observância do Sábado.

V. Entrando na Nova Aliança

Como entramos nas bênçãos da Nova Aliança? Fazemos isso colocando nossa fé no Senhor Jesus Cristo como nosso guardador da aliança. Não mantemos a nova aliança por conta própria; temos alguém que a cumpriu perfeitamente por nós. É por isso que podemos ter a certeza da salvação.

Romanos 5:10 nos diz: “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.” Somos salvos pela vida Dele, não pela nossa vida obediente.

2 Coríntios 5:21 enfatiza ainda mais: “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” Nossa justiça não é nossa própria, mas a justiça de Deus dada a nós em Cristo.

João 6:47 afirma: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna.” No grego, isso está no tempo presente contínuo, significando que é uma realidade presente contínua. Quando realmente entendemos que, não importa o que aconteça, temos a vida eterna agora – não na Segunda Vinda, não na morte, mas agora – isso muda tudo.

Este é um evangelho simples: “se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer no seu coração que Deus o ressuscitou dos mortos, será salvo.”

VI. Sinais da Nova Aliança

Os sinais da Nova Aliança são diferentes dos da Antiga Aliança. O sinal de entrada único em Cristo é o batismo. Todas as vezes que as palavras “em Cristo” são mencionadas no Novo Testamento, está em conexão com o batismo. Embora não acreditemos que o batismo tenha um componente salvífico, ele é uma confissão pública importante da nossa aceitação de Cristo.

O sinal contínuo que os cristãos devem lembrar é a Ceia do Senhor. Jesus disse: “Este é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim” (Lucas 22:19). Assim como a Antiga Aliança dizia “Lembra-te do Sábado”, a Nova Aliança diz “Lembrai-vos da Ceia do Senhor.”

Há um paralelo interessante entre os sinais da Antiga e da Nova Aliança:

  • Antiga Aliança:
    • Sinal de entrada único: Circuncisão
    • Sinal contínuo: Sábado
  • Nova Aliança:
    • Sinal de entrada único: Batismo
    • Sinal contínuo: Ceia do Senhor

Na tradição judaica, a circuncisão era considerada mais importante do que o Sábado. Se o oitavo dia para a circuncisão caísse em um Sábado, a circuncisão teria precedência. Isso indica que, mesmo dentro do sistema da Antiga Aliança, havia uma hierarquia de importância entre os vários mandamentos e rituais.

VII. O Sábado no Novo Testamento

Quando olhamos para o Sábado no Novo Testamento, vemos algumas mudanças significativas. Primeiro, não há evidências de que o Cristo ressuscitado tenha se encontrado com Seus discípulos em um Sábado. Todas as aparições do Senhor ressuscitado, quando o dia é mencionado, foram no primeiro dia da semana.

Além disso, não há comando para guardar o Sábado no Novo Testamento. Se o Sábado fosse o mais importante de todos os mandamentos, por que isso seria o caso? Todas as reuniões de Sábado mencionadas no livro de Atos estavam em um contexto judaico. Não há menção de reuniões de Sábado em nenhuma das igrejas gentias.

Também não há instrução sobre como guardar o Sábado nas cartas escritas às jovens igrejas gentias. Este é um argumento significativo do silêncio. No tempo de Cristo, havia muitos debates rabínicos sobre como guardar corretamente o Sábado. Se as igrejas gentias fossem esperadas a guardar o Sábado, certamente haveria instruções sobre como fazê-lo.

Curiosamente, a violação do Sábado nunca é mencionada em nenhuma lista de pecados do Novo Testamento, apesar de haver várias dessas listas, algumas bastante longas. Quando o Sábado é mencionado nas epístolas, é em um contexto negativo ou sem importância.

Em vez da observância do Sábado, vemos Jesus trazendo o verdadeiro descanso. Ele diz em Mateus 11:28-30: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”

Esse descanso vai além de um dia físico de descanso. É um descanso para a alma que vem de crer em Cristo. Hebreus 4:3 diz: “Porque nós, os que temos crido, entramos no descanso.” Na Antiga Aliança, você nunca encontra a crença associada ao Sábado – é sempre obras, faça isso, não faça aquilo. Mas Jesus diz que o verdadeiro descanso é alcançado pela crença.

VIII. Jesus e o Sábado

Jesus quebrou várias das leis rituais da antiga aliança, como demonstrado em várias passagens:

  • Jesus tocou um leproso, o que o tornaria ritualmente impuro.
  • Ele tocou um morto, o que também o tornaria impuro.
  • Ele quebrou o Sábado.

Para apoiar esse último ponto, João 5:16-18 destaca:

“E por essa causa os judeus perseguiram a Jesus, e procuravam matá-lo, porque fazia estas coisas no sábado. E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus.”

João, que conhecia Jesus intimamente e entendia o evangelho, afirma que Jesus estava quebrando o Sábado. Se Jesus não estivesse realmente trabalhando no Sábado, Ele teria explicado por que Suas ações não constituíam trabalho.

IX. O Sábado como uma Sombra

O Sábado, junto com outras práticas da Antiga Aliança, era uma sombra que apontava para Cristo. Colossenses 2:16-17 ressalta:

“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.”

Essa passagem se refere ao Sábado semanal, não apenas às festas anuais, com base na ordem dos termos (festa, lua nova, Sábado) que é consistente com outras passagens das Escrituras que listam essas observâncias.

O Sábado do Antigo Testamento foi associado duas vezes à lei moral, mas é associado uma dúzia de vezes com leis rituais como luas novas e assim por diante.

X. A Justiça na Nova Aliança

Na Nova Aliança, a justiça vem pela fé, não pela guarda da lei. Romanos 3:21-22 declara: “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem.”

Paulo, que havia sido um rigoroso guardador da lei, chegou a considerar toda a sua guarda da lei como perda. Em Filipenses 3:8-9, ele escreve: “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé.”

Esta é uma mudança radical em relação ao entendimento da justiça na Antiga Aliança. Paulo está dizendo que toda a sua guarda da lei, que ele antes pensava que o tornava justo, agora considera como esterco em comparação com a justiça que vem pela fé em Cristo.

Em 2 Coríntios 3, Paulo elabora ainda mais essa mudança. Ele diz que a Antiga Aliança, representada por Moisés, tinha um véu sobre ela. Mas quando alguém se volta para o Senhor, esse véu é removido. “Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Coríntios 3:17). Essa liberdade é contrastada com o legalismo da Antiga Aliança.

XI. O Evangelho Evangélico vs. O Evangelho Adventista

Para entender a diferença entre o Evangelho Evangélico e o Evangelho Adventista tradicional, podemos considerar o seguinte:

O Evangelho Evangélico pode ser representado por duas linhas:

  • Uma linha vermelha representando a justificação pela fé, a justiça de Deus, que permanece constante desde o momento da salvação até a Segunda Vinda ou a morte.
  • Uma linha amarela representando a santificação ou justiça interna, que cresce ao longo do tempo, mas nunca é a base para a nossa salvação.

Somos salvos pela graça de Deus através da justiça de Cristo desde o primeiro dia até o fim. O Espírito Santo nos ajuda a desenvolver uma certa quantidade de justiça interna, mas não confiamos nessa justiça para a nossa salvação. Ela é valiosa por muitas razões, mas não é meritória.

O Evangelho Adventista tradicional, por outro lado, é representado de forma diferente:

  • Uma linha que começa baixa e gradualmente sobe, representando uma combinação da nossa justiça e da justiça de Cristo.
  • O objetivo é alcançar um ponto em que nossa justiça seja suficiente e não precisemos mais da justiça de Cristo.

Essa visão é baseada em declarações como esta de Ellen White: “Quando está no coração obedecer a Deus, quando esforços são feitos nesse sentido, Jesus aceita essa disposição e esforço como o melhor serviço do homem e compensa a deficiência com seu próprio mérito divino.”

Embora isso possa soar bonito a princípio, sugere que somos salvos em parte pela justiça que está em nós e em parte pela justiça que está em Cristo. O objetivo dessa visão é chegar a um lugar onde tudo está em nós, e não precisamos mais da justiça de Cristo.

Essa ideia é ainda mais reforçada pelo conceito adventista de viver sem um mediador após o fechamento da porta da graça. Ellen White escreveu: “Aqueles que estão vivendo na terra quando a intercessão de Cristo cessar no santuário acima, devem estar em pé diante de um Deus santo sem um mediador.”

O objetivo final dessa visão é provar que a lei pode ser perfeitamente guardada. Ellen White escreveu: “Cristo está esperando com desejo ardente pela manifestação de Si mesmo em Seu povo. Quando o caráter de Cristo for perfeitamente reproduzido em Seu povo, então Ele virá para reclamá-los como Seus.”

Essa visão pode ser contrastada com o Evangelho apresentado no Novo Testamento, particularmente em livros como Gálatas.

XII. O Propósito das Leis Rituais

O propósito das leis rituais no Antigo Testamento era apontar para o Messias. Elas serviam como uma preparação para a vinda de Cristo. Uma vez que Cristo veio, essas leis rituais perderam muito (mas não todo) do seu valor. Elas ainda retêm valor histórico, muito como mapas antigos que não são mais usados para navegação, mas são mantidos por seu valor histórico.

No entanto, havia um perigo potencial: “Quando Cristo veio, a observância estrita das leis rituais muitas vezes impediu as pessoas de aceitá-lo como o messias.” Um exemplo disso é encontrado na pressa dos judeus em crucificar Cristo para poderem voltar para casa e guardar o Sábado.

XIII. Adoração em Espírito e em Verdade

Deus está procurando pessoas que o adorem em espírito e em verdade, não em ritual e sombra. João 4:23-24 destaca: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”

Essa mudança da observância ritual para a adoração espiritual é um aspecto chave da Nova Aliança.

XIV. O Verdadeiro Descanso em Cristo

Jesus traz o verdadeiro descanso, do qual o Sábado da antiga aliança era apenas uma sombra ritual. Mateus 11:28-30 afirma: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”

Na Antiga Aliança, você nunca encontra a crença associada ao Sábado – é sempre obras, faça isso, não faça aquilo. Mas na Nova Aliança, entramos no descanso de Deus através da crença em Cristo.

XV. As Leis Detalhadas vs. Princípios Morais

Um importante princípio hermenêutico é que as leis detalhadas da Antiga Aliança agora são substituídas por princípios morais interpretados pelo Espírito Santo para as circunstâncias da vida.

Podemos ir ao Antigo Testamento, procurar o princípio moral por trás de uma lei e, em seguida, aplicar esse princípio às nossas circunstâncias atuais. Essa abordagem nos permite honrar o espírito da lei sem estar preso à sua letra.

2 Coríntios 3:6 declara: “o qual nos fez também capazes de ser ministros dum novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, e o espírito vivifica.”

XVI. Conclusão: Abraçando o Verdadeiro Evangelho

Ao concluirmos este estudo, fica claro que a Nova Aliança traz mudanças significativas para nossa compreensão do Sábado e da justiça. Não estamos mais sob a Antiga Aliança, com sua ênfase na guarda da lei e observâncias rituais. Em vez disso, estamos sob uma Nova Aliança, onde o próprio Cristo é nossa justiça.

Entramos nessa aliança pela fé, não pelas obras. Somos salvos pela graça de Deus através da fé em Cristo, e essa salvação é segura desde o momento em que cremos até vermos Cristo face a face. Nosso crescimento em santidade (santificação) é importante e valioso, mas não é a base da nossa salvação.

O Sábado, embora fosse um sinal central da Antiga Aliança, não é enfatizado na Nova Aliança. Em vez disso, encontramos nosso descanso no próprio Cristo. Lembramos Dele através do batismo e da Ceia do Senhor, não através da guarda do Sábado.

Essa mudança pode ser desafiadora para aqueles que foram imersos em uma compreensão baseada na lei da justiça. Mas é libertador perceber que nossa posição diante de Deus não depende do nosso desempenho, mas da obra perfeita de Cristo em nosso favor.

À medida que abraçamos essa verdade, somos libertados do fardo de tentar ganhar nossa salvação. Podemos servir a Deus com amor e gratidão, não com medo ou obrigação. Podemos descansar na obra concluída de Cristo, sabendo que Ele cumpriu a aliança perfeitamente por nós.

Que possamos continuar a estudar a Palavra de Deus, permitindo que o Espírito Santo nos guie a toda verdade. Que possamos crescer em nossa compreensão e apreciação da Nova Aliança, e que nossas vidas sejam transformadas à medida que descansamos na justiça de Cristo.

Referências Bibliográficas e Bíblicas:

  • Bíblia Sagrada. Passagens referenciadas: Gênesis, Êxodo, Deuteronômio, Isaías, Mateus, João, Romanos, Hebreus, Colossenses, Filipenses, 2 Coríntios.
  • Ellen G. White. Escritos sobre a Lei e a Aliança.
  • Knut, Livro sobre a história do Sábado.