Lição da Escola Sabatina – Introdução

Introdução

A Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) é um movimento religioso que surgiu no século XIX nos Estados Unidos, tendo como principais líderes e fundadores Ellen G. White, seu marido Tiago White e Joseph Bates. Um dos pilares doutrinários da IASD é o livro “O Grande Conflito” de Ellen White, que é frequentemente usado como base para estudos e interpretações bíblicas adventistas, como exemplificado na revista trimestral de estudos da denominação.

No entanto, um exame cuidadoso à luz das Escrituras revela que muitas das doutrinas e interpretações apresentadas nessa literatura adventista não encontram suporte bíblico sólido. Pelo contrário, elas muitas vezes vão além do que está claramente revelado na Palavra de Deus e entram em especulações e acréscimos não autorizados pela Bíblia.

Este artigo tem como objetivo analisar teologicamente alguns pontos doutrinários da IASD presentes na revista trimestral de estudos e no livro “O Grande Conflito”, contrastando-os com o ensino bíblico. O parâmetro utilizado será o princípio da Sola Scriptura, que afirma que a Bíblia é a única regra de fé e prática para o cristão, sendo suficiente e final em matéria de doutrina[1].

1. Acréscimos ao Cânon Bíblico

Um problema fundamental na abordagem adventista é elevar os escritos de Ellen White a um status quase canônico, colocando-os como chave interpretativa da própria Bíblia. Na introdução da revista trimestral, lemos:

“Embora a base das lições deste trimestre seja a Bíblia, usaremos o livro O Grande Conflito, de Ellen G. White, como esboço temático ao estudarmos esse tema extraordinário.” – Revista Adventista[2]

Essa declaração revela que, na prática, os escritos de Ellen White são tratados como tendo autoridade para guiar a interpretação bíblica. No entanto, a Bíblia adverte claramente contra acréscimos à revelação divina:

“Não acrescentarás nada ao que te ordeno, nem diminuirás coisa alguma, para que guardes os mandamentos do Senhor, teu Deus, que eu te ordeno.” (Deuteronômio 4:2)

“Conjuro a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas descritas neste livro;” (Apocalipse 22:18)

A suficiência da Escritura é um princípio fundamental da fé cristã. Paulo afirma que a Bíblia é capaz de tornar o homem de Deus “apto para toda boa obra” (2Timóteo 3:16-17)[3]. Portanto, não há necessidade de uma “chave interpretativa” extra bíblica como os escritos de Ellen White.

2. Doutrinas Não Bíblicas

Além de acrescentar uma autoridade além da Bíblia, a teologia adventista também promove diversas doutrinas que não encontram claro suporte nas Escrituras. Alguns exemplos incluem:

a) Aniquilação dos ímpios: A IASD ensina que os ímpios serão aniquilados, deixando de existir, ao invés de sofrerem tormento eterno[4]. Porém, Jesus afirma claramente que o castigo dos ímpios é eterno (Mateus 25:46)[5].

b) Juízo investigativo: Ellen White introduziu a doutrina de que, desde 1844, Jesus está fazendo um “juízo investigativo” no santuário celestial, examinando os registros de todos os que professaram crer[6]. Mas a Bíblia ensina que a salvação é pela graça mediante a fé, e não por obras humanas (Efésios 2:8-9)[7].

c) Guarda do sábado: O adventismo coloca grande ênfase na observância do sábado como sinal do remanescente fiel dos últimos dias[8]. Contudo, o Novo Testamento afirma que os cristãos não devem ser julgados com respeito a dias santos ou sábados (Colossenses 2:16)[9].

Esses são apenas alguns exemplos de como as doutrinas adventistas divergem do claro ensino bíblico. Ao ir além do que está revelado na Palavra de Deus, a teologia de Ellen White e da IASD cai no erro de adicionar requisitos à salvação e deturpar a simplicidade do evangelho da graça.

Conclusão

O estudo bíblico deve estar fundamentado no princípio da Sola Scriptura, reconhecendo a Bíblia como única e suficiente regra de fé e prática. Movimentos religiosos que acrescentam autoridades extra bíblicas e promovem doutrinas não claramente ensinadas na Escritura, como faz o Adventismo do Sétimo Dia, estão sujeitos a sérios desvios teológicos.

Ao examinarmos pontos doutrinários da revista adventista e do livro “O Grande Conflito”, fica evidente que eles vão além das fronteiras da revelação bíblica, introduzindo ensinos e interpretações que não são sólidos à luz da Palavra. Como cristãos, devemos nos apegar fielmente ao que Deus revelou nas Escrituras, evitando especulações humanas e acréscimos não autorizados.

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16-17)

Que o Senhor nos dê discernimento para estudarmos Sua Palavra com fidelidade, edificando nossa fé unicamente sobre a rocha sólida das Sagradas Escrituras.

Referências:


[1] KISTLER, Don (Ed.). Sola Scriptura: The Protestant Position on the Bible. Soli Deo Gloria, 2009.
[2] Revista Adventista, segundo trimestre 2024, introdução.
[3] Bíblia Sagrada, 2 Timóteo 3:16-17.
[4] WHITE, Ellen. O Grande Conflito, p. 480-489.
[5] Bíblia Sagrada, Mateus 25:46.
[6] WHITE, Ellen. O Grande Conflito, p. 352-353.
[7] Bíblia Sagrada, Efésios 2:8-9.
[8] Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, nº 20.
[9] Bíblia Sagrada, Colossenses 2:16.

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