Lição 2: Sinais da Divindade

Análise da Lição 2: Sinais da Divindade

A Lição 2 da Escola Sabatina, intitulada Sinais da Divindade, explora três dos milagres de Jesus registrados no Evangelho de João: a alimentação dos 5.000, a cura de um cego de nascença e a ressurreição de Lázaro. A lição defende que esses sinais revelam a divindade de Jesus e destacam que, mesmo diante de tais provas, muitos ainda não acreditaram em Sua natureza divina. Esta análise criticará a profundidade das interpretações fornecidas pela lição e apontará aspectos centrais do Evangelho de João, oferecendo um entendimento mais robusto dos milagres.


Sábado à Tarde: Introdução Geral

Texto da Lição: A lição abre com o versículo-chave de João 11:25, 26, onde Jesus diz: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim, nunca morrerá”. A lição então declara: “A Bíblia é clara de que Jesus Cristo é o Filho eterno, um com o Pai, não derivado e não criado. Jesus é aquele que criou tudo o que foi feito” (João 1:1–3).

Refutação e Expansão: Esta declaração reafirma a divindade de Jesus e Sua unidade com o Pai, mas a lição aborda apenas superficialmente o que significa Jesus ser “o Verbo” e o papel de Sua divindade na criação e na redenção. João 1:1-3 deixa claro: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” Aqui, o evangelho apresenta Jesus como o criador de tudo, igual ao Pai em essência e poder. Essa igualdade é fundamental, pois a autoridade de Jesus sobre a vida e a morte, demonstrada por Sua ressurreição de Lázaro, confirma que Ele é o próprio Deus, e não apenas um ser com poder derivado.


Domingo: A Alimentação dos 5.000

Texto da Lição: “Detalhes numerosos desta história colocam Jesus em paralelo com Moisés no Êxodo. […] A multiplicação dos pães (João 6:11) lembra o maná. […] E o povo comenta que Jesus é o profeta que viria ao mundo (João 6:14), em paralelo com o ‘profeta semelhante a Moisés’ previsto em Deuteronômio 18:15.”

Refutação e Expansão: Embora existam paralelos entre Jesus e Moisés, a comparação sugerida pela lição limita a interpretação do milagre, obscurecendo a intenção de João. Jesus não é apenas um novo Moisés; Ele é o próprio “pão da vida” (João 6:35), essencial para a salvação. Em João 6:48-51, Jesus declara: “Eu sou o pão da vida. […] Este é o pão que desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente.” Jesus não é simplesmente um profeta, mas o próprio sustento espiritual que dá vida eterna. Assim como o maná sustentava Israel temporariamente, Jesus oferece sustento eterno e vida imortal aos que nEle creem.


Segunda-feira: “Certamente, Ele É o Profeta”

Texto da Lição: “Os judeus esperavam um messias terrestre que os livrasse da opressão do Império Romano. […] Mas esse não era o propósito de Jesus, e não era o objetivo de Seu milagre. Em vez disso, a alimentação dos 5.000 proporcionou a oportunidade de ilustrar que Jesus é o Pão da Vida.”

Refutação e Expansão: Embora a lição reconheça que Jesus não veio para ser um líder político, ela minimiza o significado das “declarações Eu Sou” como afirmações de divindade. Em João 8:58, Jesus declara: “Antes que Abraão existisse, EU SOU.” Esse termo, que remete a Êxodo 3:14, identifica Jesus com Yahweh, o “EU SOU” eterno e autoexistente. Ao declarar “Eu sou o pão da vida” (João 6:35), Jesus não está apenas descrevendo Seu papel messiânico, mas afirmando Sua natureza divina. Ele não é um messias com limitações políticas ou humanas, mas o Deus eterno que oferece salvação completa.


Terça-feira: A Cura do Cego – Parte 1

Texto da Lição: “Os discípulos fizeram uma conexão entre a enfermidade e o pecado. […] Jesus corrige suas crenças falsas, […] apontando para um propósito mais elevado: que Deus seria glorificado pela cura.”

Refutação e Expansão: A lição corretamente identifica que Jesus usa o milagre para a glória de Deus, mas ignora que Jesus também estava declarando ser a “Luz do Mundo” (João 9:5). Em João 8:12, Jesus diz: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” A cura do cego não é apenas um ato de compaixão; é um sinal de que Jesus é a Luz divina que ilumina os corações, revelando o pecado e a necessidade de salvação. Ele não apenas cura fisicamente, mas oferece visão espiritual, algo que os fariseus rejeitaram por causa de sua cegueira espiritual.


Quarta-feira: A Cura do Cego – Parte 2

Texto da Lição: “O homem cego vê cada vez mais […] enquanto os líderes religiosos se tornam mais cegos em sua compreensão.”

Refutação e Expansão: A cura do cego destaca a rejeição dos líderes religiosos a Jesus. Eles negam Sua divindade e poder, apesar das evidências. Em João 9:30-33, o homem curado argumenta: “Desde o princípio do mundo nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença. Se este homem não fosse de Deus, nada poderia fazer.” Esta declaração confronta a incredulidade dos fariseus, mostrando que a cegueira deles não é física, mas espiritual. Eles são como aqueles que “amaram mais as trevas do que a luz” (João 3:19), demonstrando a dureza de seus corações e a rejeição à verdade divina que Jesus representa.


Quinta-feira: A Ressurreição de Lázaro

Texto da Lição: “Ao ressuscitar Lázaro, Jesus demonstrou que é a própria ‘ressurreição e a vida’ (João 11:25).”

Refutação e Expansão: A ressurreição de Lázaro é o ápice das demonstrações de divindade no Evangelho de João, revelando que Jesus tem autoridade sobre a vida e a morte. Em João 11:25-26, Jesus declara: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá.” Isso não é apenas uma promessa de ressurreição futura, mas uma afirmação de que Jesus possui poder divino sobre a morte. Ele não é apenas um profeta que ora por um milagre; Ele é o autor da vida (Atos 3:15), aquele que “tem as chaves da morte e do inferno” (Apocalipse 1:18).


Sexta-feira: Reflexão Final

Texto da Lição: A lição cita Ellen White para enfatizar a importância de buscar poder espiritual na Palavra de Deus e viver pela fé.

Refutação e Expansão: A reflexão sobre a Palavra é essencial, mas é igualmente importante que se entenda que Jesus é o Verbo encarnado. Em João 1:14, está escrito: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade.” Ele é a Palavra viva e a fonte última de verdade. A transformação espiritual não depende de tradições ou intermediários humanos, mas da fé direta em Cristo, que “veio para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10:10).


Conclusão

A Lição 2, Sinais da Divindade, enfatiza os milagres de Jesus, mas minimiza Sua identidade como Deus eterno e autoexistente, o “Eu Sou” que oferece salvação e vida eterna. Os milagres de Jesus no Evangelho de João não apenas revelam Seu poder, mas são declarações diretas de Sua divindade e de Sua unidade com o Pai. Ao buscar a luz e a verdade em Cristo, reconhecemos que Ele é mais que um profeta ou um mestre; Ele é o Deus encarnado, a própria fonte de vida e ressurreição.

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