Introdução
A questão da identidade de Jesus Cristo é fundamental para a teologia cristã. Enquanto a maioria das denominações cristãs afirma a divindade plena de Jesus como a segunda pessoa da Trindade, algumas interpretações alternativas surgiram ao longo da história. Uma dessas interpretações, particularmente proeminente na tradição Adventista do Sétimo Dia (ASD), propõe que Jesus Cristo seja identificado como o arcanjo Miguel. Este artigo se propõe a examinar criticamente essa afirmação, analisando textos bíblicos relevantes, explorando interpretações ortodoxas e considerando perspectivas acadêmicas sobre o assunto.
Textos Bíblicos Relevantes
1. Judas 1:9
“Contudo, nem mesmo o arcanjo Miguel, quando estava disputando com o diabo acerca do corpo de Moisés, ousou fazer acusação injuriosa contra ele, mas disse: ‘O Senhor o repreenda!'” (NVI)
Texto original em grego:
“ὁ δὲ Μιχαὴλ ὁ ἀρχάγγελος, ὅτε τῷ διαβόλῳ διακρινόμενος διελέγετο περὶ τοῦ Μωϋσέως σώματος, οὐκ ἐτόλμησεν κρίσιν ἐπενεγκεῖν βλασφημίας, ἀλλὰ εἶπεν· ἐπιτιμήσαι σοι κύριος.”
Este versículo é frequentemente citado como evidência de que Miguel é um arcanjo, um ser angélico de alto escalão.
2. Daniel 10:13, 21 e 12:1
“Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia.” (Daniel 10:13, ARC)
“Mas eu te declararei o que está registrado na escritura da verdade. Ninguém há que se esforce comigo contra aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe.” (Daniel 10:21, ARC)
“E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.” (Daniel 12:1, ARC)
Texto original em aramaico (Daniel 10:13):
“וְשַׂר מַלְכוּת פָּרַס עֹמֵד לְנֶגְדִּי עֶשְׂרִים וְאֶחָד יוֹם וְהִנֵּה מִיכָאֵל אַחַד הַשָּׂרִים הָרִאשֹׁנִים בָּא לְעָזְרֵנִי וַאֲנִי נוֹתַרְתִּי שָׁם אֵצֶל מַלְכֵי פָרָס”
Estes versículos em Daniel apresentam Miguel como um “príncipe” e um protetor do povo de Israel.
3. Apocalipse 12:7-9
“Então houve guerra no céu. Miguel e seus anjos lutaram contra o dragão, e o dragão e os seus anjos revidaram. Mas estes não foram suficientemente fortes, e assim perderam o seu lugar no céu. O grande dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada diabo ou Satanás, que engana o mundo todo. Ele e os seus anjos foram lançados à terra.” (NVI)
Texto original em grego:
“Καὶ ἐγένετο πόλεμος ἐν τῷ οὐρανῷ, ὁ Μιχαὴλ καὶ οἱ ἄγγελοι αὐτοῦ τοῦ πολεμῆσαι μετὰ τοῦ δράκοντος. καὶ ὁ δράκων ἐπολέμησεν καὶ οἱ ἄγγελοι αὐτοῦ, καὶ οὐκ ἴσχυσεν οὐδὲ τόπος εὑρέθη αὐτῶν ἔτι ἐν τῷ οὐρανῷ. καὶ ἐβλήθη ὁ δράκων ὁ μέγας, ὁ ὄφις ὁ ἀρχαῖος, ὁ καλούμενος Διάβολος καὶ ὁ Σατανᾶς, ὁ πλανῶν τὴν οἰκουμένην ὅλην, ἐβλήθη εἰς τὴν γῆν, καὶ οἱ ἄγγελοι αὐτοῦ μετ’ αὐτοῦ ἐβλήθησαν.”
Esta passagem descreve Miguel liderando os anjos em batalha contra Satanás, uma função frequentemente associada a Cristo na teologia cristã.
Análise Exegética
1. O Significado do Nome “Miguel”
O nome “Miguel” (מִיכָאֵל em hebraico) significa “Quem é como Deus?” Esta etimologia é frequentemente usada para argumentar que Miguel é uma manifestação de Cristo, refutando a afirmação de Satanás no Éden de que os humanos poderiam ser “como Deus” (Gênesis 3:5).
Dr. Michael S. Heiser, em seu livro “The Unseen Realm”, argumenta: “Enquanto o nome ‘Miguel’ certamente tem um significado teológico, é perigoso basear doutrinas fundamentais apenas na etimologia dos nomes. Muitos nomes hebraicos contêm elementos teofóricos sem implicar divindade para o portador do nome” (Heiser, 2015, p. 158) [9].
2. Miguel como Arcanjo
O termo “arcanjo” (ἀρχάγγελος em grego) aparece apenas duas vezes no Novo Testamento: em Judas 1:9 e 1 Tessalonicenses 4:16. Em Judas, Miguel é explicitamente chamado de arcanjo, enquanto em 1 Tessalonicenses, a “voz de arcanjo” é associada à volta de Cristo.
Dr. Darrell L. Bock, em seu comentário sobre 1 Tessalonicenses, observa: “Embora alguns vejam aqui uma identificação entre Cristo e o arcanjo, é mais provável que a voz do arcanjo seja distinta de Cristo, anunciando Sua vinda” (Bock, 2002, p. 145) [4].
3. Miguel em Daniel
Nas passagens de Daniel, Miguel é descrito como um dos “príncipes principais” (שַׂר em hebraico, que pode significar “príncipe” ou “chefe”). Ele é apresentado como um protetor de Israel, lutando contra forças espirituais hostis.
Dr. John E. Goldingay, em seu comentário sobre Daniel, afirma: “Miguel é apresentado como um ser angélico poderoso, mas distinto de Yahweh. Sua função é semelhante à de outros anjos no Antigo Testamento, agindo como agente de Deus, mas não como Deus encarnado” (Goldingay, 1989, p. 290) [7].
4. Miguel no Apocalipse
A batalha descrita em Apocalipse 12 tem sido interpretada por alguns como uma representação da vitória de Cristo sobre Satanás. No entanto, a maioria dos estudiosos vê Miguel aqui como um ser angélico distinto de Cristo.
Dr. Grant R. Osborne, em seu comentário sobre Apocalipse, argumenta: “Enquanto Miguel lidera os anjos em batalha, é Cristo quem é consistentemente apresentado como o vencedor final sobre Satanás no Apocalipse. Miguel age como um agente de Deus, não como o próprio Deus encarnado” (Osborne, 2002, p. 468) [12].
Interpretação Ortodoxa
A interpretação ortodoxa cristã, conforme definida pelos concílios ecumênicos e mantida pela maioria das denominações cristãs, afirma que Jesus Cristo é plenamente divino e plenamente humano, a segunda pessoa da Trindade.
1. Concílio de Calcedônia (451 d.C.)
O Concílio de Calcedônia estabeleceu a doutrina das duas naturezas de Cristo, afirmando que Jesus é “verdadeiro Deus e verdadeiro homem… reconhecido em duas naturezas, sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação”.
Dr. Alister E. McGrath, em sua “Teologia Cristã: Uma Introdução”, explica: “A formulação de Calcedônia é cuidadosamente equilibrada para afirmar tanto a plena divindade quanto a plena humanidade de Cristo, rejeitando qualquer noção de que Cristo seja um ser criado ou um ser intermediário entre Deus e a humanidade” (McGrath, 2011, p. 280) [11].
2. A Distinção entre Cristo e os Anjos
A Epístola aos Hebreus é particularmente enfática ao distinguir Cristo dos anjos:
“Pois a qual dos anjos Deus alguma vez disse: ‘Tu és meu Filho; eu hoje te gerei’? E outra vez: ‘Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho’?” (Hebreus 1:5, NVI)
Dr. Peter T. O’Brien, em seu comentário sobre Hebreus, argumenta: “O autor de Hebreus está conscientemente contrastando o Filho com os anjos, incluindo os mais elevados, para estabelecer a supremacia única de Cristo. Identificar Cristo com qualquer ser angélico, incluindo Miguel, contradiz diretamente o argumento central desta epístola” (O’Brien, 2010, p. 68) [13].
Perspectivas Acadêmicas
1. Dr. Richard Bauckham
Em seu influente trabalho “Jesus and the God of Israel”, Bauckham argumenta pela “cristologia da identidade divina”. Ele afirma: “O Novo Testamento inclui Jesus na identidade única de Deus de uma maneira que não deixa espaço para seres intermediários. Jesus não é apresentado como um ser angélico exaltado, mas como participante na identidade do Deus único de Israel” (Bauckham, 2008, p. 32) [3].
2. Dr. Larry W. Hurtado
Hurtado, em “One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism”, examina o culto a Jesus no cristianismo primitivo. Ele conclui: “A devoção a Jesus no cristianismo primitivo era de uma natureza e intensidade que o distinguia claramente de qualquer veneração de seres angélicos no judaísmo contemporâneo. Isso sugere que os primeiros cristãos viam Jesus como divino de uma maneira que não se aplicava a anjos ou arcanjos” (Hurtado, 2015, p. 124) [10].
3. Dr. Ben Witherington III
Em “The Christology of Jesus”, Witherington argumenta: “A auto-compreensão de Jesus, conforme refletida nos Evangelhos, vai muito além de qualquer função angélica ou messiânica puramente humana. Ele se apresenta como tendo uma relação única com o Pai, que transcende qualquer categoria angélica” (Witherington, 1990, p. 276) [16].
Argumentos Contra a Identificação de Jesus como Miguel
- 1. Distinção Ontológica: O Novo Testamento consistentemente apresenta Jesus como divino e não criado, enquanto os anjos, incluindo Miguel, são apresentados como seres criados.
- 2. Adoração: Enquanto Jesus recebe adoração no Novo Testamento (por exemplo, João 20:28, Filipenses 2:10-11), os anjos rejeitam a adoração (Apocalipse 19:10, 22:8-9).
- 3. Títulos Divinos: Jesus recebe títulos divinos como “Senhor” (κύριος) e “Deus” (θεός) (João 20:28, Romanos 9:5), que não são aplicados a Miguel ou outros anjos.
- 4. Funções Criadoras e Sustentadoras: Jesus é apresentado como o criador e sustentador de todas as coisas (João 1:3, Colossenses 1:16-17), uma função não atribuída a Miguel ou outros anjos.
- 5. Exegese de Hebreus: A argumentação em Hebreus 1-2 estabelece uma clara distinção entre o Filho e os anjos, o que seria contraditório se Jesus fosse identificado como um arcanjo.
Perspectivas Apologéticas
Além da teologia acadêmica, é relevante considerar como essa questão é abordada em contextos apologéticos. Muitos defensores da ortodoxia cristã argumentam que a identificação de Jesus com Miguel enfraquece a doutrina da Trindade, um pilar central do cristianismo. De acordo com autores como Dr. Norman Geisler e Dr. Ron Rhodes, tal identificação pode levar a uma compreensão sub-bíblica da natureza de Cristo, comprometendo Sua divindade plena e eterna.
Dr. Norman Geisler, em sua obra “Systematic Theology, Volume 2: God, Creation”, afirma: “A identificação de Jesus com Miguel cria um desvio perigoso da doutrina da Trindade e da cristologia ortodoxa. Ela rebaixa Jesus ao status de uma criatura, algo que é explicitamente rejeitado pelas Escrituras e pela tradição da igreja” (Geisler, 2003, p. 278) [6].
Dr. Ron Rhodes, em “The 10 Most Important Things You Can Say to a Jehovah’s Witness”, observa que essa identificação é uma doutrina que não só contraria as Escrituras, mas também não tem apoio nos escritos dos Pais da Igreja: “Os Pais da Igreja, em seus debates contra o arianismo e outras heresias, nunca consideraram a identificação de Jesus com um ser angélico como uma interpretação válida ou sequer sugeriram tal possibilidade” (Rhodes, 2001, p. 54) [14].
Desafios Hermenêuticos
O uso da hermenêutica para abordar essa questão revela desafios substanciais. Interpretar textos como Daniel 10:13 e Apocalipse 12:7 requer uma análise cuidadosa do gênero literário, do contexto histórico e da intenção autoral. Uma abordagem literal pode levar a conclusões equivocadas, enquanto uma leitura tipológica ou simbólica pode enriquecer a compreensão teológica, mas também deve ser feita com cautela.
Dr. Gordon D. Fee, em “New Testament Exegesis: A Handbook for Students and Pastors”, ressalta a importância de considerar o contexto literário e histórico: “A interpretação de figuras como Miguel deve ser realizada à luz do gênero apocalíptico, que é rico em simbolismo. Não devemos transferir automaticamente a identidade de Miguel para Jesus sem considerar a intenção do autor e o contexto da literatura apocalíptica” (Fee, 2002, p. 143) [5].
Contribuições dos Pais da Igreja
Os Pais da Igreja, especialmente aqueles que participaram dos primeiros concílios ecumênicos, contribuíram significativamente para a formulação da doutrina cristã sobre a identidade de Jesus. Estes líderes, como Atanásio de Alexandria e Gregório de Nazianzo, afirmaram consistentemente a plena divindade de Cristo em oposição às heresias que tentavam diminui-la, como o arianismo.
Atanásio de Alexandria, em “Contra os Arianos”, argumenta vigorosamente contra qualquer ideia que diminua a divindade de Cristo, destacando: “O Filho não é uma criatura, mas o Criador, da mesma essência do Pai. A confusão de Jesus com um ser angélico, como Miguel, é um retorno ao erro ariano, que foi rejeitado pelo Concílio de Niceia” (Atanásio, 296-373) [1].
Gregório de Nazianzo, conhecido como “O Teólogo”, em seus discursos teológicos, também defende a plena divindade de Cristo, afirmando: “Se alguém diz que Cristo é Miguel ou qualquer outra criatura, ele está negando o mistério da nossa fé, que é a unidade entre Deus e o homem em uma só pessoa divina” (Gregório, 329-390) [8].
Implicações Teológicas
A questão de se Jesus é Miguel o Arcanjo vai além de uma simples interpretação bíblica; ela toca no coração da cristologia e da soteriologia cristã. A doutrina de Cristo como plenamente Deus e plenamente homem é central para a compreensão da salvação. Se Jesus fosse um ser criado, mesmo exaltado, isso comprometeria a doutrina da redenção, que exige um Salvador divino, capaz de reconciliar a humanidade com Deus.
Dr. N.T. Wright, em “The Resurrection of the Son of God”, destaca a importância de uma cristologia robusta para a doutrina da ressurreição: “Somente um Cristo plenamente divino poderia ressuscitar dos mortos e derrotar a morte de maneira que garante a nossa própria ressurreição. Identificar Cristo como Miguel dilui esse poder e cria uma narrativa teológica insuficiente” (Wright, 2003, p. 717) [15].
Dr. Karl Barth, em “Church Dogmatics”, também argumenta sobre a necessidade de uma cristologia que mantenha a plena divindade de Cristo para a salvação: “A menos que Cristo seja totalmente Deus, Ele não poderia ser o mediador perfeito entre Deus e o homem, e nossa salvação seria incompleta. A identificação com Miguel coloca em risco essa compreensão” (Barth, 1956, p. 121) [2].
Defesa de Ellen G. White sobre Jesus como Miguel
Ellen G. White, uma das fundadoras da Igreja Adventista do Sétimo Dia, defendeu a identificação de Jesus Cristo com o arcanjo Miguel em várias de suas obras. Por exemplo, ela escreveu:
“Miguel, o anjo chefe, que é Cristo, tomou o comando da luta. O grande líder celestial, o Verbo de Deus, o príncipe de Deus, assumiu o comando das forças de Deus, derrubando os poderes do mal” (Ellen G. White, *Spiritual Gifts*, vol. 1, p. 124).
Ela também afirmou: “Miguel é o nome dado a Cristo como líder dos anjos celestiais. Ele que desceu do Céu e livrou os filhos de Israel é o mesmo que ressuscitou os mortos” (Ellen G. White, *Patriarchs and Prophets*, p. 510).
Conclusão
Embora algumas tradições, como a Adventista do Sétimo Dia, sustentem essa identificação de Jesus sendo Miguel, a análise exegética e teológica aponta para uma distinção clara entre Jesus Cristo, o Filho de Deus, e qualquer ser angélico, incluindo Miguel.
A tradição cristã ortodoxa, apoiada por séculos de reflexão teológica e pelos primeiros concílios ecumênicos, afirma a plena divindade de Cristo e Sua supremacia sobre todas as criaturas, incluindo os anjos. Identificar Jesus com Miguel não só subverte a cristologia tradicional, mas também coloca em risco a doutrina da salvação, que depende da natureza única e divina de Cristo.
Assim, este artigo conclui que a identificação de Jesus com o arcanjo Miguel é teologicamente insustentável e deve ser rejeitada em favor de uma cristologia que mantenha a distinção entre o Criador e Suas criaturas, preservando a doutrina central da fé cristã.
Este tema continuará sendo objeto de debate e investigação teológica, especialmente à medida que novas descobertas exegéticas e arqueológicas surgem. No entanto, a conclusão a que se chega com base na tradição e no estudo acadêmico é clara: Jesus Cristo é, e sempre foi, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, separado e distinto de qualquer ser angélico, por mais exaltado que seja.
Referências Bibliográficas
- Atanásio de Alexandria. Contra os Arianos. In: Schaff, P. (Ed.), Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series. 1892.
- Barth, K. Church Dogmatics, Volume 1: The Doctrine of the Word of God. T&T Clark, 1956.
- Bauckham, R. Jesus and the God of Israel. Eerdmans, 2008.
- Bock, D. L. 1 Thessalonians: An Introduction and Commentary. IVP Academic, 2002.
- Fee, G. D. New Testament Exegesis: A Handbook for Students and Pastors. Westminster John Knox Press, 2002.
- Geisler, N. Systematic Theology, Volume 2: God, Creation. Bethany House, 2003.
- Goldingay, J. Daniel. Word Biblical Commentary, 1989.
- Gregório de Nazianzo. Orations. In: Schaff, P. (Ed.), Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series. 1894.
- Heiser, M. S. The Unseen Realm: Recovering the Supernatural Worldview of the Bible. Lexham Press, 2015.
- Hurtado, L. W. One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism. T&T Clark, 2015.
- McGrath, A. E. Teologia Cristã: Uma Introdução. Loyola Press, 2011.
- Osborne, G. R. Revelation. Baker Academic, 2002.
- O’Brien, P. T. The Letter to the Hebrews. Eerdmans, 2010.
- Rhodes, R. The 10 Most Important Things You Can Say to a Jehovah’s Witness. Harvest House, 2001.
- Wright, N.T. The Resurrection of the Son of God. Fortress Press, 2003.
- Witherington III, B. The Christology of Jesus. Fortress Press, 1990.